13 janeiro 2008

O Plasma - Barómetro Social

Se você quer convencer a assistente social de que é pobre e precisa do rendimento mínimo, esqueça as declarações de pobreza, o facto de estar desempregado ou não ter dinheiro para mandar os filhos estudar. Diga apenas que não tem um Plasma. Ela comover-se-á certamente.

E se ainda não tem um Plasma, lembre-se que não é caso único, em Portugal existem mais duas ou três pessoas nessa situação. Porém, há que ter em atenção os efeitos negativos que este problema poderá ter nas nossas vidas.

Assim como há quarenta anos atrás as pessoas compravam telefonias para ouvir as notícias da Guerra do Ultramar onde combatiam os seus filhos, hoje é indispensável comprar um Plasma para ver os morangos.

E se a obrigatoriedade de possuir este aparelho é normalmente associada à necessidade fisiológica das mulheres em ver novelas e outros programas fúteis, não podemos de forma alguma desprezar o facto de o Plasma estar a influênciar profundamente alguns dos costumes seculares do sexo forte. Ora vejamos: Os homens sempre gostaram de comparações, ao longo da humanidade compararam o sexo, na pré-história comparavam as mocas, chegaram a comparar a unha do dedo mindinho, e agora comparam os Plasmas. Curioso, no mínimo, é o facto de pela primeira vez os homens se vangloriarem de o seu ser mais fino que o dos outros.

Até na vertente económica o Plasma serve de barómetro. Quando um energúmeno opta por comprar um Plasma ao invés de um televisor convencional que tem melhor imagem e custa menos mil euros, só me ocorre um pensamento: - Sócrates, afinfa-lhes.